quarta-feira, julho 19, 2006

Completamente apaixonada pela minha pessoa

Apesar do medo q sinto - uma espécie de inimigo a deriva, uma espécie de olhar q apavova e excita - estou completamente apaixonada pelo fato de respirar. E o engraçado? O ar poluído, o trânsito, os horários, mas a paisagem me alumbra, me alucida, porque é lindo, é complexo e louco ao mesmo tempo. Tudo parece pára-quedas e vinho, parece q tô de "porre" o dia inteiro (brincadeirinha) porque fica imprescionada com tudo q vejo, desde a praia as conversas, tão soltas, tão inesperadas, tão a mercê do que virá no instante seguinte. Estou completamente apaixonada pela minha liberdade, aqui ando e não sou absolutamente ninguém, ninguém me conhece, ninguém quer saber de nada do que fiz ou deixei de fazer, é bom demais,
Mas sinto falta de algumas coisas que ainda não sei explicar, lembro demais da minha infância, dos detalhes mais simples, dos tachos de doce, o meu fogãozinho construido pelo meu avô, de "apanhar" alface na horta, de andar na carroça de leite, é engraçado como durante anos esqueci disso tudo, já nem lembrava, deve ser porque vejo a infância das crianças daqui do Rio - algo horrível de se ver, triste, de várias tristezas, as ricas e as pobres - parece que não brincam - adoro saber que tenho dentro de mim dualidade, agora quero isso, dualidade: a metrópole e suas boas oportunidades de acesso e sua "liberdade" provisória e as lembranças do interior, é uma sensação magnífica, literalmente parece q tô caindo, caindo, caindo (...), só q não há chão.